Prana e Apana: Yoga da célula, da respiração, da vida. 

Talvez alguns de vocês saibam, talvez não, mas estudo desde 2012 uma abordagem somática (se você não sabe o que é isto dá uma olhada no texto: tudo é corpo! 😉 ), que se chama Body-Mind Movement, e nela a gente estuda o nosso corpo, todos os sistemas (ossos, músculos, órgãos…) o que super me ajuda a compreender ainda mais a yoga e também me dá um super conhecimento do corpo e que eu aplico nas minhas aulas, tanto de dança quanto de yoga! 

E aí hoje eu queria compartilhar com vocês algumas reflexões do tapetinho para fora dele!  

Prana refere-se a tudo aquilo que nutre um ser e passou a significar também para dentro, seu movimento oposto ou complementar seria apana, que se refere à eliminação. Estes dois termos fundamentais da yoga descrevem atividades essenciais da vida. 

Uma célula para viver se alimenta de nutrientes, oxigênio, nós também, assim como todos os seres vivos e também precisamos realizar o movimento de eliminar, botar pra fora o que não nos faz mais sentido. 

É como o sistema digestório! Comer, nos alimentar, digerir e depois pôr para fora. 

É também como um processo criativo, para criar algo preciso me alimentar, estudar referências, digerir as informações e então colocar para fora este material digerido. 

Do que tenho me alimentado? O que preciso colocar para fora? Desabafar? Eliminar? Criar? 

Prana e apana, inspirar e exalar, dentro e fora, fora, dentro, o ar que entra e me percorre e o ar que sai.  

Por aqui me alimento de yoga, de dança, de histórias de pessoas que me inspiram, tenho sentido um forte desejo de viajar, de compartilhar minha dança, de encontrar com outros corpos dançantes… de aprender cada vez mais e com mais profundidade a escutar meu coração. 

Me alimentar de histórias, de vida… pôr pra fora os medos, criar minhas aulas, minhas danças, criar encontros! 

Inspirar confiança na vida, exalar os pensamentos medrosos.  

Prana e apana são movimentos. Onde começa um e finaliza o outro? Onde começa o mundo de fora e começa o meu mundo de dentro? Onde começa o mundo de dentro e finaliza o de fora? 

Se o mundo de fora é uma interpretação dos meus sentidos (tato, paladar, olfato, audição e visão) é possível saber realmente o que é o fora e o que é o dentro? Eu realmente acesso o mundo ou acesso informações que já pré-selecionei, como num filtro, para prestar atenção?  

Acredito que práticas físicas como yoga e dança são uma ótima forma de mudar os filtros da percepção, nos fazendo acessar outros estados, pensamentos, emoções, imaginários, nos proporcionando a criação de outros corpos e portanto de outras percepções de mundo. 

O convite destas práticas me parece este: a criação de outras percepções de mundo.  


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *